quinta-feira, 21 de novembro de 2024

"Inquérito da PF sobre Golpe de Estado será Enviado à PGR; Novo Depoimento de Mauro Cid Complementa Investigações"

O inquérito da Polícia Federal (PF) que resultou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 36 pessoas, sob a acusação de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) nos próximos dias.

Esse é o primeiro passo que o inquérito seguirá após ser encaminhado ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da investigação.

Cabe ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir, no prazo de 15 dias, se Bolsonaro e os demais indiciados serão denunciados ao Supremo pelas acusações. As defesas dos investigados também terão a oportunidade de se manifestar.

Por conta do recesso de fim de ano na Corte, que vai de 19 de dezembro a 1° de fevereiro de 2025, a expectativa é de que o julgamento da possível denúncia da procuradoria aconteça somente no próximo ano.

Novas acusações

Mais cedo, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, prestou depoimento ao Supremo sobre omissões e contradições identificadas pela Polícia Federal (PF) durante sua oitiva na terça-feira (19).

Após o depoimento, Alexandre de Moraes optou por manter o acordo de delação premiada de Cid e os benefícios relacionados, entendendo que o ex-militar esclareceu as omissões e contradições apontadas pela PF. O novo depoimento foi enviado de volta à PF para a complementação das investigações.

Durante a oitiva da PF, Mauro Cid negou ter conhecimento sobre um suposto plano golpista para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre de Moraes.

Entretanto, conforme apurado pela Operação Contragolpe, uma das reuniões do grupo golpista ocorreu na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, com a participação de Cid.

No ano passado, Cid firmou um acordo de delação premiada com a PF, comprometendo-se a revelar fatos de seu conhecimento durante o governo Bolsonaro, incluindo o caso das vendas de joias sauditas e a fraude nos cartões de vacina do ex-presidente.

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