Autoridades apontam ainda, que nessa época de final de ano, geralmente há um aumento no número desses registros. Essa tendência é influenciada por diversos fatores, relacionados não apenas à infraestrutura, mas ao comportamento dos motoristas.
Como forma de alertar sobre os cuidados que motoristas podem ter no trânsito a fim de dirimir esses números, a psicóloga Estela Mares, coordenadora acadêmica da Faculdade Anhanguera, ressalta as principais condutas que influenciam direta e negativamente nesse contexto.
“O cansaço e o estresse podem levar a desatenção ao volante e à tomada de decisões impulsivas no trânsito. Muitas pessoas viajam para visitar familiares ou para destinos turísticos durante esse final de ano, fator que aumenta o movimento nas estradas, por isso a importância de adotar alguns comportamentos nesse período”, destaca.
Para a psicóloga, é essencial criar essa conscientização social, pois é um primeiro passo para reduzir acidentes no trânsito. Estela exemplifica que, segundo um dado recente da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego, no Brasil, o uso do celular ao volante já é a terceira maior causa de mortes no trânsito chegando a gerar 154 mortes por dia.
“Gerenciamento do estresse e raiva é essencial. Esses sentimentos prejudicam os motoristas e, diante disso, o indivíduo deve ter uma preocupação maior com a forma como se lida com as suas emoções. A sugestão é aplicar técnicas de respiração, relaxamento e reestruturação cognitiva. Além disso, devemos ressaltar a importância da demonstração da empatia e respeito pelos outros usuários da via, reconhecendo que todos têm direito a um trânsito seguro”, analisa.
Estela explica, que além do estado emocional, a fadiga, o uso de substâncias (álcool, drogas), e as condições do veículo e da estrada podem impactar significativamente nas ações de quem está dirigindo, tornando a condução mais perigosa.
“Para evitar acidentes de trânsito, a atenção e direção defensiva são elementos essenciais. Motoristas, mantenham-se atualizados sobre as leis e regulamentos nas estradas e estejam em boas condições físicas e mentais para dirigir e, sob hipótese alguma, faça uso de substâncias ilícitas antes de dirigir”, sugere a psicóloga.
Ainda de acordo com os dados da Polícia Rodoviária Federal, a maioria dos acidentes nas rodovias são por excesso de velocidade, ultrapassagem incorreta, falta do cinto de segurança e capacete, e alcoolemia.
Por fim, a psicóloga dá algumas dicas para ampliar a segurança no trânsito. Confira:
- Planejamento e organização, ajuda a garantir que o motorista tenha distrações desnecessárias que fatalmente podem contribuir para a quebra do equilíbrio emocional necessário. Assim, antes de iniciar a viagem, é importante planejar o percurso, realizar revisões do veículo, certificar-se de estar descansado e evitar a fadiga ao volante com paradas regulares a cada duas horas ou 150-200 km;
- Atenção e foco, onde o equilíbrio consiste em evitar distrações, mas também não se tornar excessivamente obcecado ou ansioso com a condução, o que pode levar à tensão e ao estresse;
- Paciência e calma, que são importantes em momentos como congestionamentos, atrasos ou comportamentos imprudentes de outros motoristas. Ter paciência e manter a calma garantem tomadas de decisões racionais e seguras, evitando respostas impulsivas ou agressivas;
- Autoconfiança e modéstia, uma vez que a autoconfiança pode ser suficiente para lidar com as situações emergentes na condução, mas sem se tornar excessivamente confiante e, desta forma, negligente;
- Responsabilidade e respeito, implicando em seguir as leis de trânsito, respeitar os outros usuários da via e cuidar da segurança de si mesmo e dos demais;
- Consciência situacional e adaptabilidade, onde estar consciente do ambiente ao redor monitorando constantemente a estrada, os outros veículos e as condições da via. Além disso, a capacidade de se adaptar a diferentes situações de trânsito, como mudanças climáticas, congestionamentos ou imprevistos, é importante.
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