Uma das inovações mais significativas ocorreu na área da angioplastia coronariana, procedimento utilizado para tratar obstruções nas artérias coronárias. A evolução da tecnologia de stents, dispositivos inseridos para manter as artérias desobstruídas, foi notável. Um bom exemplo refere-se aos stents farmacológicos, que liberam medicamentos para prevenir a recorrência de estreitamentos.
Além disso, melhorias em técnicas de angioplastia, como o uso de cateteres mais avançados e guias mais precisos, possibilitam a abordagem de lesões complexas com maior eficácia. Conforme destacado pelo especialista em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Sérgio Câmara, "a cardiologia intervencionista tornou-se mais personalizada, adaptando-se às características únicas de cada paciente e permitindo intervenções mais seguras e eficientes".
Outro avanço importante ocorreu na área da oclusão coronariana crônica total, uma condição desafiadora que envolve a completa obstrução de uma artéria coronária por pelo menos três meses. Novas técnicas e dispositivos, como fios-guia especializados e microcateteres, têm possibilitado a revascularização em casos anteriormente considerados inviáveis ou de difícil tratamento.
Sérgio Câmara também destaca o implante transcateter de bioprótese aórtica (TAVI) e o reparo transcateter da valva mitral, avanços que transformaram a abordagem de pacientes com estenose aórtica e insuficiência mitral graves. Essas técnicas, menos invasivas do que as cirurgias tradicionais, permitem a substituição da válvula cardíaca aórtica e a clipagem da valva mitral por meio de cateteres introduzidos pelas artérias e veias femorais. "Isso beneficia especialmente pacientes considerados de alto risco para procedimentos cirúrgicos convencionais", explicou o especialista.
Outros progressos importantes ocorreram com os dispositivos de assistência circulatória, que auxiliam corações muito doentes a funcionarem com menos esforço. Esses dispositivos oferecem suporte circulatório temporário, principalmente em situações de emergência, contribuindo para a estabilização de pacientes com insuficiência cardíaca aguda.
As inovações não se limitam apenas aos procedimentos, abrangendo também o desenvolvimento de novas terapias farmacológicas, especialmente aquelas voltadas para a síndrome coronariana aguda e a fibrilação atrial. Destaca-se ainda o uso da Inteligência Artificial (IA), que facilita a análise de dados médicos, incluindo eletrocardiogramas, dados clínicos e exames de imagem, além de auxiliar na detecção precoce de doenças cardíacas e no acompanhamento de pacientes", concluiu o hemodinamicista, que atua em Hospitais da Rede D'or e no Hospital da Bahia (DASA), em Salvador.
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