A medida faz parte da chamada Operação Libertação, deflagrada para erradicar o garimpo ilegal na região. Segundo a PF, "os trabalhos visam à interrupção da logística do crime, com foco na inutilização da infraestrutura utilizada para a prática do garimpo ilegal bem como a materialização das provas sobre a atividade criminosa".
"Nesta fase, a PF atuará na interrupção do delito, por meio da destruição de maquinários e meios dedicados ao crime. O objetivo é proteger a população Yanomami e erradicar o garimpo ilegal por completo ao longo de todas as fases da Operação Libertação. O foco principal, neste momento, é interromper a prática criminosa e proporcionar a total e efetiva retirada dos não indígenas da Terra Yanomami, preservando os direitos humanos de todos os envolvidos", informou a PF.
A ação da PF vai ao encontro de uma série de medidas tomadas pelo governo federal para frear a crise humanitária que afeta os indígenas yanomamis, fruto do avanço do garimpo ilegal no território indígena, que levou à escassez de alimentos. Os indígenas também enfrentam um surto de malária, uma vez que o garimpo ilegal abre grandes lagos com água parada que se tornam criadouros do mosquito Anopheles, vetor da doença.
As primeiras medidas foram tomadas no dia 20 de janeiro, quando o Ministério da Saúde acelerou a contratação de médicos, no âmbito do Programa Mais Médicos, para atuarem na terra Yanomami. No dia seguinte, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o território Yanomami, em Roraima, com uma equipe de ministros.
A estimativa do governo federal é que pelo menos 570 crianças yanomamis com menos de 5 anos vieram a óbito nos últimos quatro anos devido a mortes evitáveis. Do total, 100 mortes ocorreram no ano passado.
A Força Aérea Brasileira (FAB) fechou o espaço aéreo no território Yanomami para impedir a chegada de garimpeiros, que começaram a tentar deixar a região em voos clandestinos. A FAB criou três corredores aéreos para a saída voluntária de invasores.
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