O MST ocupou na manhã desta segunda-feira (30/01) o campo experimental da extinta EBDA , que está de posse da Prefeitura de Itiruçu. São cerca de 100 hectares que contem um área de preservação, estufa de reprodução de mudas, poço artesiano entre outras benfeitorias.
Segundo o líder do MST a ocupação vem reivindicar junto ao governo títulos de posse de outras áreas ocupadas.
A reportagem do Itiruçu noticias esteve no local e conversou com o lider do Movimento Sem Terra Abraão Brito, que é natural de Itamaraju, mas coordena o Movimento Sem Terra (MST) da Chapada. Sobre os integrantes do movimento que ocuparam as terras em Itiruçu o a liderança do movimento disse que são todos da região, inclusive do município de Itiruçu.
— Na verdade o povo aqui é todo mundo dessa região, inclusive daqui do município de Itiruçu. Porque o intuito nosso aqui, é que muita gente tem nos procurado que diante dessa crise implementada por esse governo federal (Bolsonaro), muita gente tem muita dificuldade hoje para sobreviver. Viver na cidade hoje é muito caro, para quem paga aluguel, na maioria das vezes, até mesmo para quem tem uma moradia, mas é muito caro porque um salário mínimo para o cara comer não dá, não dá para sustentar uma família e todo mundo tá precisando de um pedaço de terra. Esclareceu o lider do MST
A área ocupada nesta segunda pelo MST, que apesar de estar no município de Jaguaquara foi cedida pelo Governo do Estado ao município de Itiruçu em um termo de comodato. Ficando aos cuidados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Agrícola que tem a frente o Secretario Paulo Ézio, que após o acordo com o estado, vem realizando alguns benefício na área como a implantação de um viveiro para cultivo de mudas que inclusive, dispõe de algumas variedades, inclusive já distribuídas para os produtores rurais do município, além de um parque de cicloturismo. Na área também há um poço artesianos e ainda em andamento um projetos de horta comunitária para o qual o município conseguiu a aquisição de um mini trator para ser usado.
Segundo Abrão a área com cerca de 100 hectares, pode ser aproveitada melhor com a parceiria.
—A gente percebeu que o município não tem tanta força de pegar e fazer de fato que a gente acredita que deve fazer. Então sabendo que tem terra e gente sem terra, a ideia nossa, é juntar essas duas forças do governo do estado do Governo Jerônimo é a prefeita no município fazer essa parceria, a gente trazer essas famílias do município de Itiruçu para cá, e ela dá condições as pessoas terem a oportunidade de fazer uma roça, para poder as pessoas vender na feira da cidade sua produção, sua abóbora, sua melancia, seu milho, seu feijão verde, e levar uma renda, mais adequada para dentro de casa. entende! Este é nosso intuito.
O movimento, está aguardando uma manifestação do município e do governo do estado. abrindo uma margem para um diálogo para resolver a situação.
Segundo o sindicalista essa não é a primeira área da IBDA ocupada, tem várias áreas na Bahia.
—Estamos aguardando o governo do estado chamar a gente para uma conversa, porque essa não é a primeira área que nós temos ocupado, nós temos várias áreas da IBDA ocupada na Bahia, e a gente espera do Governo do Estado uma resposta de o que vai fazer com esse assentamento, Com essas áreas que nós temos ocupada. Que a gente quer, que faça o assentamento, legalize as famílias, que compre a terra, legalize as famílias, que libere crédito para essas famílias trabalhar nessas terras. Entende?” .
Perguntado caso o governo do estado legalize os outros assentamento eles desocuparia as terras em Itiruçu ele respondeu:
—Vai depender da posição do Governo do Estado. Se o Governo do Estado dizer que não tem condições de fazer imediato todos esse assentamento, e dizer que as condições, é da gente sair, para poder legalizar as outras, mas as família, que veio com a gente, está aqui, eles encontrar um local para poder eles colocar essas famílias, até decidir o que vai fazer, a gente tá de comum um acordo.
O que não pode, as famílias aqui nos acompanhou hoje, é ficar, que veio com a gente só para ser massa de manobra, para poder outras áreas ser liberada. Porque essa família que já nos acompanhou hoje precisa também ser respaldada. Se não for aqui, mas que governo compra uma terra na região e destine para fazer um assentamento da reforma agrária e a gente conta com apoio da prefeita e da região e quer contar também com o apoio do Governo do Estado.
Líder do MST disse que a instituição respeita também o meio ambiente nas suas ocupações e que levando em conta os diversos fatores 15 famílias podem ocuparem as terras.
—A gente que leva em consideração primeiro que a gente respeita essa questão da natureza entendeu. Inclusive a gente tem um debate de plantar um milhão de árvore na Bahia toda. Inclusive aqui na Chapada a gente tem um debate de plantar cem mil mudas de arvores. E aqui já tem uma reserva que a gente precisa cuidar, a gente percebe que o próprio município já plantou arvore também a gente precisa cuidar, então levando em consideração todo esse Território que já vem plantado e que já tem um cultivo e levando em consideração onde o município também já vem trabalhando. A gente acredita que em torno de umas 15 famílias, ainda a terra dá para assentar em torno de umas 15 famílias.
O povo não precisa de muita terra, só precisa de um pedaço de terra para poder fazer uma casa em cima, e criar uma galinha, criar um porco, fazer suas horta, para poder estar disputando na feira livre da cidade o seu produto que você produz organicamente . Este é nosso intuito.
Sobre qual tipo de plantações o movimento iria produzir nas terras ele comentou
—Na verdade depende da aptidão do município a gente percebe que a cultura da região é o milho, é abóbora, é a melancia, aipim e, sobretudo essa questão da hortaliça a gente percebe que muito forte na região.
As outras produção vai depender de uma política do município de uma secretaria de agricultura fortalecida, do que eles acreditam e quer criar uma parceria para poder fortalecer o município diante de algum experimento que eles quer fazer na região.
Uma dificuldade também foi abordada por nossa reportagem já que a água é escassa na região Abraão respondeu que:
—Na verdade em relação a água a gente sabe que tem uma dificuldade é no todo território, inclusive aqui na Chapada sempre às vezes quando dá água ela dá salobra, mas ela tem alguma utilidade para alguma coisa. Enfim, então é buscar recursos tanto no município quanto no governo do estado para cavar poço artesiano, ou um jeito da Embasa ou da SERB, mantém um jeito de garantir a água para o povo, porque aonde tem a terra, tem que ter água para o povo,. se saciar de alguma forma para produzir de algum jeito. Claro seguindo todas as normas ambientais todo um processo de política que tem de não de não degradar, de não entende, então a gente tá nesse sentido, de buscar essas parcerias.
O líder do movimento também falou da discriminação do movimento diante a alguns seguimento da sociedade
—Na verdade o MST sempre foi criminalizado por uma parte de uma elite de uma sociedade que vê o movimento de um jeito, mas quando as pessoas vão nos assentamento, que chega lá e encontra pai de família, que levanta cedo, que trabalha, que dá comida aos seus porcos, que dá comida suas galinhas, que vai para roça, que consegue colocar comida na mesa para sua família, que consegue ter uma vida digna, sabe que o Movimento Sem Terra, não é esse movimento violento, que é a sociedade uma parte da sociedade prega. Então o que a gente tem, é convidar o povo para poder vir visitar a gente, conhecer a nossa prática de fato, a teoria na prática, e sobretudo visitar outros assentamentos, que tem muitos assentamentos na região aqui em todos os municípios para poder ver como é que é e daí as pessoas tirar sua própria conclusão.
Abraão Brito reafirmou o desejo do diálogo para que seja resolvido a situação:
—A gente tá aqui para dialogar com todo mundo inclusive com a prefeita do município que também ela teve o mesmo projeto que nós, apoiou o presidente Lula apoiou Jerônimo, então a gente acredita que se nós unificar o governo federal , o Governo do Estado, e o Governo Municipal nós temos certeza que o município de Itiruçu vai ganhar muito com a gente assentando aqui fazendo pequeno assentamento aqui de 10 ou de 15 ou de 20 família ou do tamanho que a prefeita do município queira de fato empenhar nesse processo, querer fazer um assentamento para poder beneficiar. Eu acho que ela deveria fazer esse gesto ao povo de Itiruçu. A gente percebe que é um povo que sai cedo para trabalhar em fazenda grande, e a gente sabe que tem uma crise na região, que não tem emprego na região, então se ela puder levar isso em consideração ao povo tenho certeza que o povo Itiruçu não esquece, não vai esquecer esse gesto que ela pode fazer no município. De fazer uma pequena reforma agrária aqui para poder atender os anseios daquelas e daqueles que estão precisando de um pedaços de terra
Estamos abertos para chegar a um consenso coletivo junto com o próprio município uma vez que o município tem um projeto coletivo de fazer um experimento aqui. Então nada melhor do que a gente unificar a experiência que o município tem, com a experiência que nós da reforma agrária tem, diante de vários assentamentos que a gente tem feito pela Bahia e pelo Brasil afora, Então nesse mesmo intuito a gente chegar em um bom consenso de unidade, a onde o povo não merece ter conflito na região. E conflito agrário a gente tem muito, a gente ver no brasil todo ai essa crise que Bolsonaro deixou . E agente não pode permitir que essas coisas continua. Nós está tipo diálogo para poder o povo de Itiruçu ganhar muito com a ocupação dessa.
E se a prefeita achar que junto com a reforma agrária com o MST cobrar do governo federal terra maior para assentar mais gente, basta fazer essa luta conjunta e a gente toca nossa vida assentando o povo que não tem terra. O lema da reforma agraria Enquanto Tiver terra sem gente sem terra nosso intuito é continuar ocupando Terra."
O sindicalista agradece ao Itiruçu Notícias
—Muito obrigado por transmitir a sociedade de Itiruçu e região. O nosso sincero aí esclarecimento diante dos fatos da ocupação e convidar o povo de Itiruçu que pode vir para cá o MST tá aqui coordenando, e a gente vai aguardar aí, os próximos capítulos, tanto do Governo do Estado quanto do governo do município para a gente ter esse diálogo Muito obrigado
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