Dados oficiais, porém, mostram que o fator que mais pesou para o aumento do preço nos últimos meses não foi o ICMS, mas sim os reajustes feitos pela Petrobras. O imposto estadual compõe uma parte importante do valor que os motoristas pagam nos postos, mas os percentuais cobrados não sofreram alterações recentemente.
O preço da gasolina comum é composto por cinco itens, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis):
Preço do produtor (refinarias da Petrobras e importadores);
Preço do etanol - o combustível que chega aos postos tem 73% de gasolina A e 27% de etanol;
Tributos federais - PIS, Cofins e Cide; Imposto estadual - ICMS;
Distribuição, transporte e revenda....
A ANP divulga planilhas mensais que mostram qual foi a participação de cada um destes itens no preço médio do litro de combustível pago pelo consumidor.
Os dados são compilados a partir do Relatório do Mercado de Derivados do Petróleo, produzido pelo Ministério de Minas e Energia, do governo federal.
Na comparação entre abril de 2021 e abril de 2018 (primeiro ano em que os dados estão disponíveis no site da ANP), o aumento é ainda maior, de quase seis pontos percentuais ou R$ 0,69.
A explicação está na forma como o ICMS é cobrado. O imposto é calculado por meio de um percentual sobre o preço, a alíquota. Por exemplo, em São Paulo, esse percentual é de 25%.Por isso, se o preço sobe, o valor efetivo do imposto também aumenta, mesmo que não tenha havido nenhuma mudança na alíquota ou na metodologia de cobrança.
É como quando você vai a um restaurante. Se você compra um prato de R$ 10, paga uma gorjeta de R$ 1 ao garçom (os 10%). Aí você volta na outra semana e o mesmo prato está R$ 20. A gorjeta também vai ser de R$ 2, mas continua sendo 10% do preço.
Então quando a alta da gasolina ser por causa do ICMS é apenas por causa de um "MITO".
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