O número enorme de espécies que estão sendo extintas não deixa dúvidas, estamos em meio a um evento de extinção em massa, um tipo de evento que causa o desaparecimento de muitas espécies ao mesmo tempo.
Lá pelos anos 1790, o naturalista francês Georges Cuvier, analisando rochas que continham fósseis, chegou à notável conclusão que se tratavam de animais que não mais existiam mais, que tinham sido extintos, o que ele chamou de “espécies perdidas”.
O trabalho de outros naturalistas acabou demonstrando, as espécies dos seres vivos surgem, florescem e depois desaparecem, são extintas. Mas a taxa de desaparecimento de espécies ou extinção normalmente é muito baixa, uma espécie em milhares de anos.
Nos anos 1980, o geólogo Walter Alvarez estava tentando entender o desaparecimento de pequenos fósseis aquáticos em uma camada de rocha de 66 milhões de anos atrás. Ele acabou recebendo o prêmio Nobel pela dedução de que uma queda de asteroide estava associada e possivelmente era a causa da extinção de 75% das espécies que existiam na época.
A ideia de que extinções em massa podiam acontecer surgiu na ciência, e o exame dos registros fósseis identificou 5 eventos de extinção, e a extinção do Cretáceo-Paleogeno é a mais recente. A estimativa é que 98% de todas as espécies de seres vivos que já existiram estão extintas. Além desta, há a extinção do Triássico-Jurássico, do fim do Devoniano, do Ordoviciano-Siluriano, e a pior de todas, a extinção do final do Permiano, tão grande que extinguiu 96% das espécies vivas da época, e recebeu o nome de “A Grande Agonia”.
Seria tudo legal se não fosse por um problema, estamos agora na sexta grande extinção em massa do planeta. Estudos recentes mostram que a taxa de extinção de vários animais aumentou muito. Veja o caso dos mamíferos, o normal é que em cada 700 anos uma espécie seja extinta, e a taxa atual é de 1.000 espécies extintas neste mesmo período. Ou dos anfíbios, que normalmente teria uma espécie sendo extinta a cada 1000 anos, tem uma taxa de 45.000 espécies extintas no mesmo período.
E o culpado pela mortandade já foi identificado também. Ele está lendo este artigo neste momento. Isto mesmo, é você (e eu também). E como isto está acontecendo? 13 mil anos atrás aconteceu o fim da última Era do Gelo, e coincidiu com a extinção da megafauna da época: mamute lanudo, tigre dentes-de-sabre, e megatério, todos desapareceram debaixo das lanças dos humanos.
A caça e a agricultura tem alterado a paisagem e os ecossistemas de formas que parecem pequenas, mas são significativas. E tudo piorou com a Revolução Industrial. Com exceção da primeira bactéria a produzir oxigênio, nenhum outro ser vivo causou alterações tão significativas no planeta a ponto de merecer uma era especial – estamos agora no antropoceno, a Era do Homem.
7 bilhões de seres humanos no planeta tendem a consumir muito, a ocupar muito espaço, e a aumentar a taxa de CO2 na atmosfera, que já é a maior nos últimos 800.000 anos. Além disso, relocamos espécies para outros habitats, causando mais devastação indireta, como a extinção dos pássaros de Guam por serpentes que pegaram carona em aviões, ou a extinção de centenas de ciclídeos nos lagos africanos depois da introdução da Perca do Nilo, por pescadores.
Insetos, anfíbios, outros vertebrados, um monte de espécies estão desaparecendo, algumas delas antes mesmo que a gente tenha alguma chance de catalogar ou mesmo saber da existência. E nós próprios também estamos correndo risco de extinção. Não há um único grupo de seres vivos que não esteja ameaçado de extinção, atualmente.
E como estas extinções vão nos afetar? Não sabemos. Ninguém ficou doente quando os dodôs foram extintos, nas Ilhas Maurício, provavelmente só o ambiente das ilhas foi afetado, mas não podemos dizer o mesmo sobre outras espécies – quando examinamos qualquer espécie, por mais insignificante que pareça, encontramos uma complicada teia de inter-relações. Todas merecem o esforço de serem salvas, mesmo que não entendamos exatamente qual o papel delas no mundo.
Nosso conhecimento e compreensão dos ecossistemas do planeta podem ser incompletos, mas o efeito que causamos neles não tem limites. Tomara que as ferramentas e tecnologia que usamos para empurrar as espécies em direção à extinção também sirvam para que a gente reverta este quadro.
O trabalho de outros naturalistas acabou demonstrando, as espécies dos seres vivos surgem, florescem e depois desaparecem, são extintas. Mas a taxa de desaparecimento de espécies ou extinção normalmente é muito baixa, uma espécie em milhares de anos.
Nos anos 1980, o geólogo Walter Alvarez estava tentando entender o desaparecimento de pequenos fósseis aquáticos em uma camada de rocha de 66 milhões de anos atrás. Ele acabou recebendo o prêmio Nobel pela dedução de que uma queda de asteroide estava associada e possivelmente era a causa da extinção de 75% das espécies que existiam na época.
A ideia de que extinções em massa podiam acontecer surgiu na ciência, e o exame dos registros fósseis identificou 5 eventos de extinção, e a extinção do Cretáceo-Paleogeno é a mais recente. A estimativa é que 98% de todas as espécies de seres vivos que já existiram estão extintas. Além desta, há a extinção do Triássico-Jurássico, do fim do Devoniano, do Ordoviciano-Siluriano, e a pior de todas, a extinção do final do Permiano, tão grande que extinguiu 96% das espécies vivas da época, e recebeu o nome de “A Grande Agonia”.
Seria tudo legal se não fosse por um problema, estamos agora na sexta grande extinção em massa do planeta. Estudos recentes mostram que a taxa de extinção de vários animais aumentou muito. Veja o caso dos mamíferos, o normal é que em cada 700 anos uma espécie seja extinta, e a taxa atual é de 1.000 espécies extintas neste mesmo período. Ou dos anfíbios, que normalmente teria uma espécie sendo extinta a cada 1000 anos, tem uma taxa de 45.000 espécies extintas no mesmo período.
E o culpado pela mortandade já foi identificado também. Ele está lendo este artigo neste momento. Isto mesmo, é você (e eu também). E como isto está acontecendo? 13 mil anos atrás aconteceu o fim da última Era do Gelo, e coincidiu com a extinção da megafauna da época: mamute lanudo, tigre dentes-de-sabre, e megatério, todos desapareceram debaixo das lanças dos humanos.
A caça e a agricultura tem alterado a paisagem e os ecossistemas de formas que parecem pequenas, mas são significativas. E tudo piorou com a Revolução Industrial. Com exceção da primeira bactéria a produzir oxigênio, nenhum outro ser vivo causou alterações tão significativas no planeta a ponto de merecer uma era especial – estamos agora no antropoceno, a Era do Homem.
7 bilhões de seres humanos no planeta tendem a consumir muito, a ocupar muito espaço, e a aumentar a taxa de CO2 na atmosfera, que já é a maior nos últimos 800.000 anos. Além disso, relocamos espécies para outros habitats, causando mais devastação indireta, como a extinção dos pássaros de Guam por serpentes que pegaram carona em aviões, ou a extinção de centenas de ciclídeos nos lagos africanos depois da introdução da Perca do Nilo, por pescadores.
Insetos, anfíbios, outros vertebrados, um monte de espécies estão desaparecendo, algumas delas antes mesmo que a gente tenha alguma chance de catalogar ou mesmo saber da existência. E nós próprios também estamos correndo risco de extinção. Não há um único grupo de seres vivos que não esteja ameaçado de extinção, atualmente.
E como estas extinções vão nos afetar? Não sabemos. Ninguém ficou doente quando os dodôs foram extintos, nas Ilhas Maurício, provavelmente só o ambiente das ilhas foi afetado, mas não podemos dizer o mesmo sobre outras espécies – quando examinamos qualquer espécie, por mais insignificante que pareça, encontramos uma complicada teia de inter-relações. Todas merecem o esforço de serem salvas, mesmo que não entendamos exatamente qual o papel delas no mundo.
Nosso conhecimento e compreensão dos ecossistemas do planeta podem ser incompletos, mas o efeito que causamos neles não tem limites. Tomara que as ferramentas e tecnologia que usamos para empurrar as espécies em direção à extinção também sirvam para que a gente reverta este quadro.
Fonte: hypescience
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