Tomou posse nesta quinta-feira (1º de janeiro de 2015) o novo Governador
do Estado da Bahia. Rui Costa (PT) assume o executivo do Estado
substituindo Jaques Wagner (PT) com a missão de de governar o maior
estado do Nordeste.
Rui Costa, assinou o termo de posse e está
oficialmente declarado como governador da Bahia por volta das 9 horas da
manhã, em ato realizado na Assembleia Legislativa e seguido pela posse
dos secretários de Estado em tenda instalada no estacionamento da
Governadoria, no CAB-Centro Administrativo da Bahia.
Eleito no
primeiro turno com 54,53% dos votos válidos, Rui Costa durante seu
discurso, o governador se emocionou ao falar de sua trajetória humilde
no bairro onde nasceu em Salvador. "Sou filho da Liberdade e, neste
momento, passa um filme em minha mente".
Ainda agradeceu a batalha e o
incentivo dos seus pais e sua família, firmou seu compromisso com a
Bahia e falou sobre o governo Jaques Wagner. "Wagner deixará a marca de
um líder republicano que tirou 2,4 milhões de pessoas da pobreza".
Veja a íntegra o discurso de posse:
"Bom dia a todos e todas.
É uma emoção enorme estar aqui nesta Casa no dia de hoje, tomando posse como governador da Bahia. E eu quero iniciar agradecendo a Deus por estar aqui no dia de hoje, neste 1º de janeiro de 2015, concretizando o desejo democrático do povo da Bahia.
Gostaria de cumprimentar o deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, e, em nome dele, cumprimentar a todos os deputados e deputadas estaduais e federais aqui presentes; o meu vice-governador João Leão e o meu senador Otto Alencar, companheiros de chapa e de caminhada em todo o ano de 2014. E registro aqui o meu prazer e entusiasmo de ter compartilhado com vocês essa luta e essa caminhada. E aqui eu abro um parêntese para dizer a vocês que, além do prazer de me tornar mais amigo ainda dessas figuras maravilhosas, eu me diverti muito ao longo de 2014 com os dois brigando dentro do avião o ano inteiro. Otto pirraçando Leão e vice-versa.
Quero cumprimentar o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto; a prefeita de Cardeal da Silva e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), e em nome dela cumprimentar todos os prefeitos e prefeitas aqui presentes; o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger; o procurador-geral de Justiça, Marcio Fahel; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Inaldo Paixão Araújo; o presidente do Tribunal de Contas dos Municípios, conselheiro Francisco Netto; e o corregedor do Tribunal Regional Eleitoral, Fábio Bastos.
Peço licença a todos vocês para citar um poema que me foi enviado, recentemente, por um amigo, como forma de incentivo nos últimos dias e dizia: ‘
O sonho
Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você só possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la mais forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
A felicidade aparece para aqueles que choram, para aqueles que se machucam, para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passaram em suas vidas’.
E é com esse pensamento que quero expressar neste momento a minha gratidão e afirmar com toda a intensidade do meu coração: “Muito obrigado” a todos e todas que ao longo da minha vida me ajudaram na minha caminhada e na minha formação.
Quero agradecer, em especial, ao meu amor, a minha esposa, a minha companheira Aline, que tem me acompanhado e me dado muita alegria e força nesse momento e nesta trajetória. Aos meus filhos, Aline, Caio e a pequena Marina, agradeço pela compreensão das minhas ausências. Quero, mais uma vez, registrar o meu amor, o meu carinho e o quanto vocês me enchem de orgulho e contentamento.
Agradeço, com muita emoção, ao meu pai, Cloves dos Santos, metalúrgico, nascido em São Gonçalo dos Campos, e a minha mãe, Maria Luzia Costa dos Santos, que no dia 9 de janeiro completam 20 anos que ela não está mais entre nós. Ela foi uma doceira, nascida em Serrinha, que veio morar no convento de freiras em Salvador, ainda criança, quando seus pais morreram de tuberculose naquela cidade.
Além da vida, vocês, meus pais, me transmitiram os valores da família, da honestidade, da ética, do trabalho, da perseverança e da educação. Agradeço aos meus irmãos Robson, Roberval e a minha irmã Rose. O destino nos fez irmãos de sangue, mas também nos uniu na luta pela superação dos obstáculos. As dificuldades da vida nos fizeram mais fortes, as tristezas nos fizeram mais humanos. A esperança e a convicção em uma vida melhor para todos nos fizeram mais felizes.
Agradeço, de forma particular, ao governador Jaques Wagner, pela sua amizade ao longo de 32 anos, agradeço pela sua importância na minha vida pública e nessa conquista, que é de todos nós. Sei bem que, com tudo isso, também vem a responsabilidade de substituí-lo na condução de um estado com tamanha importância e com um povo tão especial, como a Bahia.
Quero agradecer ainda aos meus companheiros de caminhada do movimento sindical, os companheiros dos movimentos sociais, de tantas causas e conquistas. Quero saudar os partidos políticos que estiveram conosco nesta caminhada, cumprimentando os presidentes e militantes de todos eles.
Quero saudar também e agradecer a presença do vice-almirante Caroli, comandante do 2º Distrito Naval; do general de Divisão Artur Costa Moura, comandante da 6ª Região Militar; do coronel aviador Aleixo, comandante da Base Aérea de Salvador. Agradeço aos prefeitos e prefeitas, vereadores, secretários e representantes de entidades da sociedade civil organizada.
Agradeço a presença das demais autoridades, da imprensa e representantes de todos os veículos de comunicação. Senhoras e senhores, 4 Sou filho da Liberdade. Nasci na encosta daquele bairro negro da nossa Salvador. E, neste momento, passa um filme em minha mente: nele, vejo os meus vizinhos e amigos de infância.
E quero afirmar, neste momento, com toda convicção do fundo da minha alma, o ser humano que sou hoje, além dos ensinamentos da família e da escola, foi forjado na convivência com todos eles. Foi assim que aprendi o significado da palavra comunidade. Não tive que ir primeiro aos dicionários.
O sentido desta palavra estava ali, na minha frente, diante de mim, na prática. E assumia forma e conteúdo nos mutirões de crianças e jovens que montavam caixas de papelão para vender à fábrica de sabão e velas que ficava localizada na avenida Nilo Peçanha, na Calçada. Era assim que se ganhava um trocado para o pão e o leite no final das tardes.
Esses mesmos conceitos de comunidade e solidariedade se materializavam nos mutirões dos adultos aos domingos, com direito aquela feijoada para bater a laje do vizinho. Todos eles ajudaram a formar as minhas convicções e a minha determinação na luta pela superação das injustiças sociais.
Agradeço, neste momento, ao povo da Liberdade, ao povo da Bahia. E quero cumprimentar de forma especial duas pessoas que estão aqui neste momento, uma que cresceu junto comigo, na mesma rua, o companheiro e amigo João, que está ali presente, na primeira fila, junto com a minha família, e a dona Marilene, minha vizinha, que conviveu por tantos anos com minha mãe. Ela conviveu e ajudou a minha mãe a implantar projetos sociais, a cuidar da criançada.
Cumprimento a senhora, dona Marilene, e vejo na sua pessoa a imagem da minha mãe. Não é fácil falar, porque é evidente, meu pai metalúrgico ajudou muito na formação do meu caráter, da minha personalidade, mas eu diria que quem estruturou a minha alma, a minha determinação, foi a luta da minha mãe e de mulheres como dona Marilene, que às vezes abandonavam a própria família para cuidar das crianças da rua. Aprendi a lidar com a vida simples.
A labuta cotidiana me ensinou que, para conseguir vitórias, é preciso ter muita raça, determinação e humildade, mas, sobretudo, é preciso ter coragem. É por isso que digo: a minha história se confunde com a história de superação de milhões de baianos e brasileiros. Gostaria de relembrar aqui uma citação do mestre Ruy Barbosa: ‘Um povo que não luta pelos seus direitos não é digno deles’. E o povo baiano lutou, conquistou e agora quer mais. Percebi, nesta caminhada, o brilho nos olhos de milhares de baianos, expressando a vontade de seguir em frente.
Tenham a certeza de que terão um governador que vai seguir lutando ao lado do povo por novas mudanças e mais oportunidades. Precisamos ter sensibilidade e vontade política para gerar e manter as oportunidades para as crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. 5 Um governo precisa entender os desafios e preconceitos pelos quais passam as pessoas com deficiência, os negros, os índios, as mulheres e a população LGBT. Todos nós, homens, mulheres, negros, brancos, pardos, baianos, com imenso orgulho, queremos uma Bahia com mais oportunidades.
Da cidade de Abaré, no norte do estado, a Mucuri, no extremo sul, do Conde a Cocos, somos um povo só, parte de um país continental e estamos entre os estados brasileiros com a maior extensão territorial. Vamos continuar levando mais oportunidades a todas as regiões. Portanto, a inclusão social e o desenvolvimento são as principais diretrizes que vão nortear o nosso mandato.
Para que daqui a quatro anos, possamos ter uma Bahia mais justa, mais inclusiva, mais plural e com maior inserção na economia nacional e mundial. Uma Bahia capaz de gerar ainda mais empregos e oportunidades para os baianos. Hoje, assumo o Governo da Bahia. Fiz e faço parte da vontade e de um trabalho coletivo.
Há oito anos, nesta mesma Casa, em 1º de janeiro de 2007, estávamos aqui mudando o curso da história, mudando as prioridades do estado da Bahia, e mudando a cara do nosso estado. A Bahia de hoje é bem diferente daquela que encontramos.
Definitivamente, a Bahia mudou e para melhor. Hoje, podemos afirmar que Jaques Wagner foi um dos melhores governadores da história desse estado. Realizou uma revolução silenciosa, uma revolução democrática, feita com lápis e papel, portas e janelas, água, luz e novas oportunidades para todos os baianos.
O governador Jaques Wagner deixará uma história e uma marca de um líder republicano, que tirou 2,4 milhões de pessoas da pobreza. Um governo que enxergou 2,5 milhões de baianos que viviam na escuridão, que levou água e saneamento para 6 milhões de pessoas.
Graças aos investimentos que garantiram acesso à água e a um conjunto de políticas sociais. Por isso, presidente Marcelo Nilo, fiz questão de revisitar o discurso feito pelo governador Jaques Wagner em janeiro de 2007, quando ele disse nesta Casa: “O Nordeste tem que ser, sim, um exemplo de justiça social para a nação. E a nossa Bahia tem tudo para ser a grande locomotiva do Nordeste.
Se o Brasil nasceu aqui, agora, mais do que nunca, podemos renascer do jeito que todos nós sonhamos um dia: um estado mais justo e humano”. Hoje, podemos comemorar com alegria: se o Nordeste é a região que mais cresce no Brasil, e não há dúvida disso, a Bahia é o estado que mais cresce no Nordeste.
Batemos recordes na geração de empregos, realizamos o maior programa de habitação da história do estado, o maior programa de acesso a água em todo o Brasil, o maior programa de alfabetização, o maior mutirão de cataratas.
O desenvolvimento chegou ao interior com a atração de novas universidades, novas escolas técnicas, novos hospitais, novas estradas, que estão melhorando a vida da nossa gente. Se o interior segue avançando, Salvador também nunca recebeu tantos investimentos para melhorar a vida de quem vive em nossa capital, a exemplo da Via Expressa, do metrô e do Hospital do Subúrbio.
Para além das obras físicas e dos serviços, ocorreram mudanças expressivas no relacionamento do Estado com a sociedade e com os outros poderes. A Bahia aprofundou e consolidou a democracia e os valores republicanos.
A Bahia mudou e vai seguir mudando. Porque, apesar de tantos avanços, reconhecemos que muito ainda precisa ser construído, ampliado e aperfeiçoado. Um dos princípios fundamentais do nosso governo será o de promover a interiorização das ações, alcançando, sobretudo, os baianos que residem nas regiões mais afastadas e carentes, onde o Estado deve chegar valorizando as identidades culturais e levando saúde, educação, segurança e desenvolvimento para os que mais precisam.
Tenho convicção de que estamos em um processo de transformação. Portanto, sobre essa base que já está plantada é que vamos construir novas mudanças e realizar novas conquistas, pois ainda temos muito a avançar. Senhoras e senhores, acredito que um governo que se propõe ser reconhecido pelos seus esforços e pela capacidade transformadora deve, em primeiro lugar, cuidar do seu povo.
Quero conclamar a todas as lideranças políticas, senadores, deputados federais e estaduais, prefeitos, secretários, servidores públicos, para que sejamos mais do que testemunhas dessas transformações.
Quero convidá-los a ser sujeitos históricos na construção de uma nova Bahia. Uma Bahia mais moderna, uma Bahia mais inclusiva, superando as dificuldades e ampliando as oportunidades. Essa é uma tarefa de múltiplas mãos, para que, assim, possamos, no futuro, relatar seus resultados aos nossos filhos e netos. Para que cada dia possa dizer com orgulho: “Eu fiz a minha parte. Eu fiz parte da equipe que ajudou a cuidar com carinho e com dignidade do nosso povo”.
Quero lançar um convite, um verdadeiro desafio, aos professores e aos servidores da educação, para que possamos juntos afirmar daqui a algum tempo: “Ajudei a construir uma educação transformadora em meu estado, ajudei a dar o maior salto nos indicadores educacionais da história da Bahia”. Este é o meu compromisso. Quero convidar todas as famílias, pais, mães, avós, jovens, para construirmos uma escola inclusiva, uma escola de qualidade.
Tenho convicção de que o envolvimento da família é fundamental para a melhoria da educação. E aqui está na frente de vocês uma prova viva desta minha convicção, porque se hoje estou aqui é pela convicção do meu pai e da minha mãe da importância que a educação teria em nossas vidas. Eu não segui exatamente o que ela queria, ela queria que eu fosse engenheiro e de jeito nenhum queria que eu seguisse na política. Mas, na primeira greve que eu participei, ela imediatamente foi a primeira a organizar uma caminhada das mães dos operários que estavam em greve, do Campo Grande até a Praça Municipal. Com certeza, onde ela estiver, ela está se sentindo orgulhosa, porque ela é parte disso.
Vou participar e liderar pessoalmente esse processo. Já neste mês de janeiro, estarei promovendo o primeiro encontro para manter o diálogo sobre educação no Colégio Luís Tarquínio, na Cidade Baixa, colégio em que estudei da 5ª a 8ª série. E vou pedir que periodicamente, se possível mensalmente, em todas as escolas da rede estadual, nós façamos reuniões dos professores, dos jovens, das famílias, para discutir o funcionamento e os resultados de cada escola. Porque com o envolvimento da família, nós haveremos, daqui a quatro anos, com certeza, comemorar uma escola com muito mais qualidade do que a que nós temos hoje.
Vamos consolidar um grande e verdadeiro pacto pela educação. E quero convidar aqui os prefeitos, porque estou assumindo o pacto pela educação, que não significa, de forma nenhuma, cuidar estreitamente do que é a responsabilidade do Estado da Bahia. De nada adiantaria eu cuidar da educação do segundo grau, da universidade, e não cuidar do ensino fundamental. Os alunos que chegam ao segundo grau, chegam com todas a sorte de dificuldades em função da qualidade do ensino fundamental.
Por isso, quero ser um parceiro de cada prefeito e prefeita, onde o Estado vai fazer investimento, vai colocar dinheiro para capacitar, para material didático na rede municipal.
Quero convocar também os policiais civis e militares para que consolidar uma polícia cidadã. Quero convidá-los a superar as dificuldades, e a aprofundar um duradouro pacto pela vida.
Quero que daqui a alguns anos todos nós, baianos e baianas, tenhamos uma verdadeira admiração e orgulho dos nossos policiais. Que possamos estar entre as melhores polícias do Brasil, revertendo os indicadores de segurança.
Quero conclamar todos os profissionais e servidores da saúde - médicos, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, pessoal da retaguarda e de apoio - para, juntos, atingirmos uma saúde cada vez mais humanizada e resolutiva por meio do SUS, que é uma conquista do povo brasileiro.
Temos o desafio de aprimorar a nossa gestão, de qualificar, interiorizar e ampliar os serviços de saúde para que os baianos, sobretudo, os mais humildes, tenham acesso rápido e eficaz às diversas modalidades de tratamento médico e hospitalar, as quais têm direito. Alguns poderão dizer: “Rui, você está sonhando alto demais”.
E aqui eu incluo uma mensagem de uma pessoa que trabalha comigo lá em nossa casa, Dinha, que está aqui presente. Ontem, depois que ela foi embora, ela enviou uma mensagem para o meu celular e aqui agradeço a sua contribuição ao meu discurso. O texto é dela: ‘Os sonhos realizados são para aqueles que têm atitude Para aqueles que têm humildade E para aqueles que são capazes de enfrentar tudo Para avançar nos seus objetivos Pois alcançou sucesso aquele que viveu bem Aquele que riu com frequência, amou muito E teve Deus como centro de tudo’.
Ouvi algumas vezes quando criança e adolescente a seguinte frase: “Pra que estudar tanto? Pobre não tem vez mesmo”. Ouvi em outros momentos: “Pra que tanta dedicação? Pra que se doar tanto à luta coletiva?”.
Estou aqui hoje, governador eleito pelo povo da Bahia, porque eu e milhares de baianos e baianas nunca desistimos de sonhar e de lutar. A Bahia e o Nordeste crescem, porque superamos aquela velha lógica de esperar o bolo crescer para só depois dividir. Comprovamos, desde o primeiro governo do presidente Lula, que a receita do verdadeiro desenvolvimento é crescer repartindo.
Ou seja: é preciso dividir as riquezas para multiplicar as oportunidades. É preciso incluir os segmentos tradicionalmente excluídos da população na economia do nosso estado. Garantir o acesso ao crédito, garantir a assistência técnica e o incentivo às formas cooperadas de produção. Vamos ampliar a inclusão produtiva para que, de fato, o desenvolvimento seja compartilhado por todos.
Estamos caminhando nesse sentido. Vale lembrar que, durante décadas, a Bahia pouco investiu em sua infraestrutura logística, o que contribuiu para isolar economicamente boa parte do nosso estado.
Somente nos últimos anos, começamos a superar esses gargalos com grandes investimentos em infraestrutura. Investimentos que vão seguir em frente e elevar o protagonismo da Bahia no cenário econômico nacional.
Além de uma sólida política de construção e manutenção da malha viária, vamos avançar na recuperação e expansão dos aeroportos baianos e na expansão do modal ferroviário, com a Ferrovia Oeste-Leste, integrando todo o estado, de Luís Eduardo Magalhães, no Oeste, ao Porto Sul, em Ilhéus.
Tenho certeza de que todo esse esforço vai colocar a Bahia em um novo patamar de desenvolvimento, com o aumento da competitividade da nossa economia, a atração de novas indústrias, novas empresas e a geração de mais empregos e oportunidades em todas as regiões. Porém, todas as ações para promover a inclusão social e o desenvolvimento econômico dependem de uma gestão cada dia mais eficiente.
Nossos esforços foram iniciados, ainda na fase de transição, com a elaboração de uma reforma administrativa aprovada aqui nesta Casa - e eu quero agradecer a todos os 9 deputados e deputadas -, cuja finalidade foi adaptar as estruturas do Estado aos novos desafios. Vamos fortalecer o planejamento, ajustar as atividades das secretarias às diretrizes estratégicas do governo e fazer com que os órgãos públicos funcionem em sintonia, evitando a atuação isolada e sem coordenação.
E aqui eu abro um parêntese para dizer, e eu já conversei com os secretários, nós vamos, definitivamente, implantar um governo que funcione de forma transversal e de forma compartilhada entre todas as secretarias. Disse recentemente, numa coletiva à imprensa, não permitirei a formação de ilhas no governo, porque isso não é bom para o governo, não é bom para a política, e é péssimo para a população.
Portanto, o governo trabalhará em parceria, em sintonia, e de forma transversal entre todas as secretarias. Não serei um gerente, levarei a voz dos baianos, a voz dos nordestinos ao plano nacional. E para essa missão quero convidar todos os prefeitos, prefeitas, deputados, deputadas, em especial, os federais e os senadores. É urgente a revisão do nosso Pacto Federativo.
Os estados e municípios devem ampliar sua capacidade de arrecadação. Não é aceitável o nível de concentração de recursos no plano federal. Brasília se agiganta a cada dia, a burocracia custa caro e atrasa os investimentos no país. E aqui falo com razão de causa, como testemunha, como secretário da Casa Civil que fui. São necessários, no mínimo, dois anos entre a autorização da presidenta ou do ministro e o início físico dos projetos nos estados e municípios. E o país e a Bahia não podem esperar tanto tempo.
Precisamos de uma reforma tributária no país, as mudanças são urgentes. Não é possível que o ICMS pago no comércio eletrônico pelos baianos e nordestinos seja apropriados exclusivamente pelo estado de São Paulo.
Aqui, chamo atenção também para um debate já presente entre os novos governadores que estão assumindo hoje. Trata-se da urgente necessidade de ampliar as formas de financiamento da saúde pública no Brasil, novas fontes de recursos. E aqui, mais uma vez, falo com a convicção de quem foi, em 2011, relator do orçamento da saúde pública no Brasil pela Comissão de Finanças e Orçamentos da Câmara dos Deputados. Não é possível continuar com a atual fonte de financiamento para a saúde. Trata-se da urgente necessidade de ampliar a forma de financiamento.
Novas fontes de recursos são imprescindíveis para que o Sistema Único de Saúde esteja à altura das exigências da nossa gente. Também não vou aceitar que, enquanto milhões de baianos necessitam de apoio do Estado, recursos preciosos sejam desperdiçados por algum tipo de má gestão.
O meu compromisso é com a ética e com a seriedade no trato da coisa pública. Esses são os exemplos que aprendi com a educação que tive dentro de casa e que persegui durante toda minha vida. Portanto, agora, não será diferente. 10 Quero ressaltar também o meu compromisso com aqueles que são cidadãos fundamentais para o êxito de uma gestão: os servidores públicos.
Temos consciência de tudo o que já feito, de tudo que já foi conquistado, mas também do que ainda pode melhorar. Estarei sempre predisposto a um diálogo franco, que abra possibilidades de novos avanços e de novos marcos para que possamos ofertar serviços públicos de qualidade à população.
Quero reforçar aqui nosso compromisso de manter o diálogo permanente com a sociedade civil, contando com sua colaboração, não apenas para solicitar demandas, mas, também, para contribuir com o monitoramento e com a avaliação das ações do governo. Esse é o caminho para uma gestão transparente, em sintonia com os anseios da sociedade e que está no nosso DNA, no nosso jeito de governar e faz parte dos nossos princípios.
Como disse o saudoso Nelson Mandela: ‘o que realmente conta na vida não é apenas o fato de termos vivido; é a diferença que fizemos nas vidas dos outros que determina importância da nossa própria vida’. É nisso que acredito, senhoras e senhores, vou trabalhar com todas as minhas forças para fazer a diferença na vida de cada baiano que precisa da mão-amiga deste governo.
A esperança que os baianos depositaram em mim e que depositaram em cada um dos deputados e deputadas aqui presentes. Podem ter certeza: não vou decepcioná-los. E quero que todos nós, juntos, possamos daqui a algum tempo dizer que não vamos decepcionar ao povo da Bahia.
Quero assumir aqui, olhando nos olhos de cada um de vocês, o meu compromisso com a minha história de vida, com as minhas origens e com a vontade incansável para transformar a vida do meu povo.
Conclamo a todos vocês, aos nossos servidores e ao povo da Bahia para iniciarmos em 2015 um novo ciclo de grandes conquistas e realizações para todos nós. Mãos à obra. Agora é hora colocar em prática tudo o que sonhamos e planejamos. Vamos juntos.
Eu desejo a todos vocês um ano novo de muitas conquistas. Feliz 2015! E mais uma vez: obrigado de todo coração ao povo da Bahia. Forte abraço!
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