Nada é indicador maior de felicidade do que um cão abanando o rabo. Esse é o principal método de comunicação do melhor amigo do homem, mas o que aconteceria com os cães se eles não tivessem cauda?
A especialista Monique Udell, fundadora do Laboratório de Cognição e Comportamento Caninos na Universidade da Flórida em Gainesville (EUA), explica que, se um animal de estimação perde sua cauda devido a raça, acidente ou procedimento cosmético, isto tem um impacto na sua capacidade de se comunicar com humanos e outros animais.
Por exemplo, os cães com caudas cortadas ou raças com caudas curtas ou encaracoladas, como pugs, não têm a gama de expressão que um cão com uma longa cauda tem. Mas, felizmente, eles podem compensar com outras partes do corpo para mostrar suas emoções.
O rabo, decodificado
Em geral, um cachorro enfia o rabo entre as pernas para transmitir submissão, um sinal importante para outros cães. Ele também pode ser usado para proteger a área genital – o que o torna também funcional.
Os cachorros cobrem sua área genital com suas caudas se não estão prontos para confiar em outro colega de espécie. Isso porque os eles obtêm informações uns sobre os outros ao cheirar as glândulas odoríferas na sua área anal. Assim, exposição desta área é um sinal de confiança.
“Dobrar a cauda [nessa situação] é uma maneira de dizer: ‘Eu estou nervoso… Eu realmente não quero ter essa interação’, assim como um ser humano faz ao cruzar os braços e se afastar”.
Também existem as balançadas de rabo. Monique conta que os cães nem sempre abanam suas caudas pelo mesmo motivo e nem todas as vezes isso significa que estão sendo simpáticos. A cauda relaxada com uma sacudidela entusiástica ou circular é algo amigável ou brincalhão; já se ela for mais lenta, com o corpo mais tensionado, é um sinal para que outras criaturas se afastem.
Felizmente, os cães que têm problemas em suas caudas têm uma estratégia de emergência. Os cães têm pelos mais duros, que vão do seu pescoço até a cauda, que também usam para se comunicar. A pesquisadora diz que eles são extremamente informativos.
Muita gente acredita que quando estes pelos estão eriçados, indicam agressividade, mas, na verdade, eles transmitem vários tipos de emoções além dessa, incluindo medo ou animação. “Quando minha cachorrinha era um filhote, suas penugens levantam quando trazíamos um brinquedo novo, porque ela ficava muito animada”, lembra.
Porém, com cruzamentos em várias gerações focando na aparência física, tem surgido uma dificuldade para desenvolver esta característica em algumas raças. Os poodles e os galgos afegãos, criados para terem uma pelagem cada vez mais impressionante, ainda conseguem eriçar os pelos das costas, mas isso pode ser obscurecido pelo peso de seus longos pelos. É comum em cães domésticos e em raças que foram modificadas que “às vezes, os sinais não coincidam com o seu comportamento”, e até mesmo pessoas treinadas para trabalhar com cães podem se confundir.
As expressões faciais são também um sinal de cão para cão, e diferentes raças as controlam de forma diferente. Por exemplo, dentes arreganhados podem sinalizar agressão. Contudo, assim como no caso dos pelos, os cruzamentos podem prejudicar estes sinais, como no caso dos buldogues. “Esses cães parecer mais ferozes, e isso pode ser porque seus lábios não conseguem cobrir os dentes”, relata a especialista.
Como os cães têm tanta diversidade, familiarizar-se com os estilos de comunicação da raça do seu pode ajudar bastante. Segundo ela, os cachorros “assistem seus donos durante todo o dia”, e as suas observações os tornam mais capazes de dar respostas a nós como indivíduos. “Se fizéssemos a mesma coisa com os nossos cães, poderíamos aprender um monte de coisas interessantes”.
Fonte: hypescience
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