O Ministério da Saúde determinou nesta quarta-feira o aumento das ações de vigilância e prevenção relativas a uma doença que nunca havia sido registrada no Brasil, a chikungunya. Três casos importados da infecção foram identificados no país entre agosto e outubro. Os pacientes, um do Rio de Janeiro e dois de São Paulo, passam bem. Provocada por um vírus, o CHIKV, a doença é transmitida pelo mesmo mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, e também pelo mosquito Aedes albopictus contaminado.
A preocupação das autoridades é que, como existe grande número de criadouros do Aedes aegypti, haja maior risco de a chikungunya se instalar no país. "Não há perspectivas de aumento da doença no momento. O que as pessoas precisam fazer é reforçar aquilo que já falamos há tempos: ações de combate ao mosquito transmissor", afirmou o coordenador do Programa de Prevenção e Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.
A chikungunya provoca, em um primeiro estágio, febre alta, mal estar e dores nas articulações. Os sintomas aparecem entre 3 a 7 dias depois de o paciente ser picado pelo mosquito transmissor da doença contaminado. Durante os primeiros cinco dias do aparecimento dos sintomas, se o paciente for picado pelo Aedes aegypti, ele transmite o vírus para o mosquito.
A doença pode ser identificada a partir de sintomas como febre alta, de início repentino, dores intensas nas articulações dos pés e mãos, dores de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Outro fator importante para a realização do diagnóstico é o histórico de viagens para locais do sudeste asiático e de alguns países da costa leste africana, de onde a doença é originária.
De acordo com o ministério, nas próximas semanas, deverá ser divulgado um guia de vigilância e práticas clínicas a serem adotadas em pacientes com suspeita de chikungunya. A partir desta quarta, a notificação de casos da doença é obrigatória e imediata.
Diagnóstico - O vírus só é detectado a partir de exames de laboratório e não há vacina para prevenção. Segundo o ministério, a “automedicação pode mascarar sintomas, dificultar o diagnóstico e agravar o quadro do paciente”.
Apesar de não haver, até o momento, transmissão dentro do território nacional, o ministério recomenda que é preciso procurar uma unidade de saúde se surgirem os sintomas. Não há possibilidade de transmissão de uma pessoa para a outra, ou seja, a doença só é transmitida pela picada do mosquito infectado.
Segundo o governo, a morte causada por chikungunya é rara. Menos de 1% dos pacientes morre.
(Com Agência Estado)
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