Segundo uma descoberta recente da agência Reuters, a empresa alemã Volkswagen espionou seus funcionários durante o período da ditadura. A empresa mantinha o governo ciente das ações de trabalhadores julgados “suspeitos”, ou seja, ativistas sindicais brasileiros e funcionários que aderiam a movimentos e greves, entre eles o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
A reportagem indica que a empresa alemã falava tudo o que se passava para os ditadores, incluindo informações sobre reivindicações salariais dos sindicalistas. Os documentos são oriundos de uma ampla investigação de historiadores que estão participando da Comissão da Verdade e devem ser incluídos no final do relatório este ano.
A Volkswagen não está sozinha na denúncia de seus funcionários para a ditadura: outras montadoras estrangeiras ajudaram os militares a identificar ativistas sindicais na década de 80 para conter os movimentos reivindicatórios dos trabalhadores. Entre os achados estão até mesmo o conteúdo de mais de dez reuniões sindicais em São Paulo. A empresa retransmitia planos de colaboradores sobre greves, além de demandas por melhores salários e condições de trabalho.
Além da citação ao nome de Lula, descrito nos relatórios como um crítico do governo, a empresa também divulgou alguns nomes de funcionários que participaram de eventos sindicais e, em pelo menos dois casos, forneceu a marca e a placa de veículos presentes nos atos.
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